Como Usar Perguntas nos Stories do Instagram Para Dobrar Seu Engajamento

Contar histórias sempre foi uma forma envolvente de se comunicar com o público. No universo do marketing digital, essa arte ganhou ainda mais força e se tornou quase uma ciência: o storytelling. 

O Instagram, em especial, é uma das plataformas mais eficazes para praticar o storytelling interativo, principalmente nos stories, que oferecem diversos recursos para interagir com a audiência. 

A possibilidade de inserir enquetes, caixas de perguntas e outros adesivos transforma o conteúdo em algo participativo, em vez de meramente expositivo. 

Neste artigo, vamos explorar como usar perguntas estratégicas nos stories para gerar mais engajamento, manter a audiência interessada e criar uma conexão emocional mais profunda com seus seguidores. 

A lógica narrativa por trás das perguntas nos stories

Antes de tudo, é importante entender por que perguntas funcionam tão bem quando falamos de engajamento. A ciência por trás disso é simples: as pessoas adoram falar de si mesmas. 

Quando você lança uma pergunta no story, abre espaço para que cada seguidor se sinta convidado a participar, opinar ou compartilhar uma experiência. 

De acordo com um estudo da Lukso, 88,8% dos consumidores concordam que as marcas são boas em contar histórias, e 66,4% tendem a seguir essas marcas nas redes sociais após serem impactados por uma narrativa

É claro que não basta simplesmente soltar qualquer pergunta e esperar um milagre. Se você deseja criar um verdadeiro storytelling interativo, suas perguntas devem seguir uma lógica narrativa. 

Pense em como o enredo de um livro ou filme é construído: existe uma introdução, um desenvolvimento e um clímax. 

Ao adaptar isso para os stories, podemos começar com uma curiosidade ou situação que desperte interesse, e então fazer perguntas relevantes para conduzir a história. No final, convém amarrar tudo com uma resposta ou encerramento satisfatório. 

Casos de sucesso: como a netflix aumentou o engajamento

Um exemplo de sucesso é o caso da Netflix em sua conta oficial do Instagram. Em 2020, a empresa começou a publicar stories com perguntas sobre séries e filmes populares. As enquetes iam desde “Qual personagem você mais gosta?” até “Qual série te fez maratonar a madrugada toda?”. 

O resultado foi um aumento considerável no engajamento, pois os usuários se sentiam parte da conversa. Esse sucesso ocorreu porque as perguntas não eram genéricas ou desconexas: elas faziam parte de um contexto que já interessava a quem acompanhava o perfil. 

Sim, a Netflix contava histórias envolvendo seu próprio conteúdo e, ao mesmo tempo, convidava os seguidores a opinarem. 

Por outro lado, há também exemplos de fracasso. Alguns influenciadores tentam fazer perguntas no stories que não têm relevância alguma para o público. 

Por exemplo, há um relato na internet de uma loja de roupas que começou a questionar os seguidores sobre temas de política internacional, algo totalmente fora do escopo do negócio. O resultado foi um engajamento mínimo e até unfollows. 

A lição aqui é clara: perguntas estratégicas precisam estar alinhadas ao seu nicho ou à narrativa que você está construindo. Caso contrário, é como interromper um filme de comédia para falar de astronomia – pode até ser interessante, mas não no contexto proposto. 

Como criar perguntas estratégicas para os stories

Agora, como elaborar essas perguntas de forma estratégica? 

Primeiro, dê preferência a questionamentos que resolvam problemas ou despertem curiosidade genuína no público. Pode ser algo como: “Você já enfrentou essa situação?” ou “Qual a maior dificuldade que você tem nesse tema?”. Segundo, mostre que realmente se importa com as respostas. 

Não adianta pedir a opinião do público e depois ignorar as interações. Responda, compartilhe as melhores histórias, faça menções. Quando as pessoas percebem que suas respostas têm valor, elas se sentem mais motivadas a participar. 

Outra dica relevante: use diferentes tipos de perguntas. O Instagram oferece, por exemplo, as enquetes de múltipla escolha, as caixas de resposta aberta e a famosa barrinha de “deslizar” para indicar nível de satisfação ou entusiasmo. 

Cada recurso gera um nível de envolvimento diferente. As enquetes são ótimas para respostas rápidas e fáceis, enquanto as caixas de perguntas permitem que cada seguidor se expresse livremente. 

Com isso, você cria um storytelling variado e menos monótono. Afinal, ninguém quer seguir um perfil que utiliza sempre o mesmo formato de story, certo?

É válido também pensar na jornada do seguidor ao longo do dia. Se a sua audiência costuma estar online à noite, faz sentido postar suas perguntas nessa faixa de horário. 

Você pode até criar uma sequência de stories com perguntas que se complementam, construindo um enredo. Por exemplo: “Você sabe qual é a dica número 1 para aumentar suas vendas online?” (enquete com sim/não), seguido de “Conte uma experiência que você já teve com vendas frustradas” (caixa de perguntas), e então finalizar mostrando como resolver esse problema com um vídeo rápido ou link externo. 

Essa progressão faz o seguidor se sentir dentro da narrativa, ansiando pelo próximo story. 

O que fazer se ninguém responder suas perguntas

Muita gente pergunta: “E se ninguém responder às perguntas?” Nesse ponto, a consistência é essencial. Não é porque em um dia a interação foi baixa que você deve desistir.

Persistir é fundamental quando se trata de redes sociais, pois o algoritmo valoriza a constância e a variedade de conteúdo. 

Se você realmente está produzindo conteúdo relevante e alinhado com sua audiência, é só questão de tempo até as pessoas começarem a interagir. 

Que tal uma pausa para descontrair? Se você já conversou com algum amigo sobre como melhorar o engajamento nos stories, provavelmente ouviu a famosa sugestão de perguntar: “Qual emoji melhor te representa hoje?”. Embora seja divertida, vamos ser sinceros: nem sempre isso gera discussões significativas. 

Então, se você está buscando algo mais profundo do que apenas descobrir quem está se sentindo como um panda sonolento, tente relacionar o emoji ao tema principal do seu perfil. 

Dessa forma, a brincadeira deixa de ser simplesmente “qualquer coisa” e passa a fazer parte de uma conversa maior. 

Em termos de resultados, os indicadores de sucesso para um storytelling interativo não são apenas o número de visualizações ou as curtidas, mas principalmente as respostas diretas e as mensagens privadas que podem surgir em decorrência das perguntas. 

As pessoas precisam se sentir inclinadas a continuar a conversa depois de participar das enquetes ou caixas de perguntas. 

Por que isso é importante? Porque mostra que seu conteúdo vai além do entretenimento rápido; ele gera reflexões e comentários mais aprofundados. 

Antecipe perguntas no feed para aumentar a participação

Há ainda uma estratégia que muitos criadores utilizam: antecipar a pergunta no feed. Por exemplo, se você vai iniciar uma série de stories sobre gastronomia, pode publicar uma foto de um prato no feed, dizer que terá dicas especiais nos stories e avisar que fará perguntas sobre o assunto. 

Isso cria expectativa e geralmente aumenta as chances de participação. Afinal, o público já foi preparado e sabe o que está por vir. 

E para aumentar o tempo de story e manter os seguidores mais envolvidos, faça um encadeamento inteligente de perguntas. Uma leva o seguidor à outra, criando quase um “mini-reality show”. 

Esse formato já foi testado por várias marcas, como a Starbucks, que em 2019 promoveu uma enquete atrás da outra para descobrir os sabores preferidos dos clientes. Cada resposta gerava outro questionamento, levando a um feedback contínuo. 

De acordo com o especialista Andrew Silva, a Starbucks utiliza os Stories do Instagram para divulgar promoções exclusivas e ofertas limitadas, criando um senso de urgência que aumenta o engajamento dos seguidores

Outra parte fundamental do storytelling interativo é a autenticidade. Ninguém quer interagir com alguém que só faz perguntas para parecer simpático. Se você deseja gerar mais engajamento, demonstre real interesse nas respostas. 

Em alguns casos, vale até mesmo criar uma nova sequência de stories para comentar o que foi dito pelos seguidores, corrigir mitos ou ampliar o tema. Isso faz com que a audiência se sinta escutada e valorizada. 

Como encaixar perguntas estratégicas em conteúdos de venda

E o que fazer quando a intenção é vender algo? É possível, sim, encaixar perguntas que conduzam a uma oferta, desde que haja coerência com a narrativa. 

Por exemplo, você pode perguntar: “Você tem dificuldade em escolher roupas para eventos formais?” e, em seguida, mostrar suas soluções em outro story. 

Entretanto, cuidado para não transformar todo o seu conteúdo em uma vitrine. As pessoas querem interação, não propaganda disfarçada. 

Evite perguntas genéricas que não agregam valor

Sabe aquela amiga que posta stories perguntando “Como estou hoje?” e a resposta sempre é “linda!”? Pois é, perguntas sem propósito podem até gerar elogios, mas dificilmente trazem engajamento de qualidade ou te ajudam a entender seu público de forma mais profunda. 

Por isso, a sugestão é ser intencional: cada pergunta deve ter um propósito claro dentro da sua história. 

A personalização também pode ser uma grande aliada. Se você conhece bem sua audiência, consegue direcionar perguntas mais específicas e relevantes. 

Por exemplo, se o seu público é composto majoritariamente por mães, faz sentido questionar sobre rotina, alimentação infantil ou dicas de lazer com crianças. 

Assim, as pessoas se sentem compreendidas e enxergam valor real em participar das suas enquetes ou caixas de perguntas. 

O segredo para um storytelling interativo eficiente

No fim das contas, o segredo para um bom storytelling interativo está na combinação de intenção, estratégia e autenticidade. Tenha clareza sobre o que quer contar, busque envolver seu público com perguntas relevantes, mantenha consistência e esteja genuinamente disposto a receber e valorizar as respostas. 

Assim, seus stories deixam de ser apenas uma sequência de imagens e textos para se tornar uma verdadeira conversa – e, convenhamos, conversar é muito mais interessante do que falar sozinho.